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A cor azul dos miosótis

Somos mais produto do meio que nos constrói ou da imaginação que nos concebe?

E se...

13.07.23 | EMILIA BALDAIA

E se fosse hoje, arriscaria. Continuar criança, continuaria.

Desafiada, aceitaria. Ter-te de novo, tentaria.

Voltar a ser vossa mãe, engravidaria.

Fugir da zona de conforto, fugiria. Brincar, brincaria.

Ser eu, seria. Escrever, escreveria. Gritar, gritaria.

Para te trazer, arriscaria. Ser feliz, seria.crever, 

Sair do quadrado, sairia. Apanhar chuva, apanharia.

Saltar de paraquedas, saltaria. Tentar, tentaria.

Amar, amaria.

Não fazer nada, faria. Escutar, escutaria. Recomeçar, recomeçaria.

Arrancar gargalhadas, arrancaria. Abraçar, abraçaria.

Dizer não, diria. Contrariar, contrariaria. Ir sem medo, iria.

Rezar, rezaria. Aceitar, aceitaria. Perdoar, perdoaria.

Julgar, não julgaria. Cobrar, não cobraria. Excluir, não excluiria.

Exterminar, não exterminaria. Ignorar, não ignoraria.

Deixar de viver, não deixaria. Acreditar, não desacreditaria.

E se eu decidisse o final da história. O pano levantaria, os aplausos se escutariam, a música se

ouviria, a vida aconteceria, a alegria contagiaria, a liberdade sobreviveria, as pessoas

celebrariam, o amor se replicaria.

E se pudesse validar esta versão. Escrever a melodia para a canção.

E se me deixassem, quão feliz eu seria, de poder oferecer ao mundo esta magia, reaprender a viver

para de novo tudo acontecer.

O que define?

13.07.23 | EMILIA BALDAIA

Fala-se hoje da diferença de género, se é cor-de-rosa, é para menina, se é azul

é para menino.

Muitos estereótipos criados ao longo dos tempos, aliados a crenças

limitadoras, que condicionam muito o pensamento, e, por conseguinte,

impedem que seja livre de preconceitos e de amarras.

A inclusão, seja qual for, deveria ser ensinada, estimulada desde muito cedo no

seio familiar e no banco das escolas, em simultâneo com as primeiras letras do

abecedário.

Claramente, este tema sempre muito presente na minha mente, remete-me

obrigatoriamente para a infância das minhas filhas.

Sempre brincaram de uma forma muita inclusiva, com os primos e primas,

amigos e amigas, sem qualquer tipo de estigma, vestiam os pijamas dos

primos, como eles calçavam as suas sapatilhas, não havia regras para eles, e

outras para elas, partilhavam as camas, os banhos, os pequenos almoços,

tudo era natural, pacificado.

Por falar em pequenos almoços, eram servidos rotina mente em chávenas, que

ainda hoje guardam religiosamente, oferecidas como recordação por um

familiar de uma viagem a Paris, do Micky e da Minnie, que fizeram a infância

delas tão feliz; trocadas, partilhadas, esquecidas, devolvidas, no vai e vem de

dormidas e festas de pijamas, fosse com eles ou com elas.

A recordação mais doce, leve, tranquila e feliz, dos/as que com elas

partilharam, e que guardam como troféus na prateleira das memórias, e na

vitrine do coração.

É o lembrete diário de como foi impactante essas vivencias para a construção

das suas personalidades, e as estruturou como cidadãs do mundo inclusivo.