Depois da minha participação no projeto G'Oldies, de preparação para a reforma, e em tempo de férias, tenho pensado na ocupação do tempo quando chegar essa fase.
É assustador e dá mesmo que pensar a forma de ocupar o tempo de uma forma útil e realizadora.
Sempre que posso, falo disto com colegas reformados e quase todos me dizem que não querem passar o tempo de café em café.
Acontece que eu gosto de frequentar cafés e é aí que eu mais gosto de refletir.
Embora já se tenha perdido a tradição, é nos cafés que ainda hoje se tomam as melhores decisões e foi neles que se traçou parte do destino da humanidade.
Aliás, já antes da minha participação no projeto, me questionava muitas vezes como as pessoas passam o tempo.
Porque as pessoas não passam o tempo, o tempo é que passa por elas.
As massas são entidades sem individualidade própria que pautam o seu comportamento pelo mimetismo.
Como sou muito consciente da minha individualidade própria, aprecio os indivíduos que se deixam conduzir pela sua consciência individual.
Ao contrário das massas, que não correm qualquer risco, que não seja o de as pessoas se atropelarem umas às outros, os indivíduos necessitarão de muita coragem para empreenderem o que é a sua vontade.
Os indivíduos gostam de estar sós e é nessas alturas que edificam a verdade da sua vontade.
Já os outros andam sempre à procura de alguém para não terem que se confrontar com a sua verdade.