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A cor azul dos miosótis

Somos mais produto do meio que nos constrói ou da imaginação que nos concebe?

O sentido da vida é mesmo ser feliz?

01.10.23 | Jorge Almeida

"O sentido da vida, segundo muitos apregoam, seria o de sermos felizes. Ora, esse é um estatuto lógico que qualquer cão subscreveria, desde que tivesse um osso em perspectiva.

A felicidade, conceito que faz parelha com o da infelicidade, pertence ao universo do matrix da dualidade. Não há como existir uma sem a outra.

Nos meios espirituais muito se apregoa a busca da felicidade, ignorando-se que a felicidade não é um estado inerente à Alma, a Alma nunca iria almejar essa pobreza, a Alma almeja a beatitude, Deus.

A felicidade é um conceito criado pelo – e para o – Ego. Por isso, é algo de tão relativo, de tal modo que a felicidade de uns é, por vezes, a amargura de outros.

Curiosamente mesmo os que concordam que a felicidade não passe de uma grande pobreza, vivem procurando sentido para sua vida na busca da felicidade, para si ou até também para os demais.

É como se o sentido da vida fosse o de perseguir uma cenoura da felicidade que é colocada em frente aos olhos, dedicando-se à tarefa de correr atrás disto ou de aquilo, anos e anos de vida, quando não toda a vida. No fim, se não alcançar essa cenoura, pelo menos terá ajudado a viver na ilusão de que esse era o propósito da vida. Se, antes do fim, conseguir alcançar a cenoura, rapidamente a vida fica sem sentido e logo coloca-se outra cenoura para ajudar a dar sentido ao que não tem.

E assim, todos estão tão ocupados, atarefados em perseguir as respectivas cenouras que não têm tempo para parar e pensar: Afinal qual o sentido da vida? Quem sou eu (se sou) que me coloco esta pergunta? O que é o Absoluto por detrás de todo o relativo que se me apresenta à minha experiência de vida? O que é Deus (se é)?

A mente não gosta disso. Afinal, ela gosta de nos fazer crer que já temos as respostas para as perguntas que não foram feitas ou que não se tem tempo para estas coisas. Não é?"

SOHAM Jñana